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FALANDO SOBRE A NARCOLEPSIA.

Autor: Dr. Humberto Arruda

18/09/2019

A narcolepsia é um distúrbio do sono caracterizado por sonolência excessiva durante o dia e por frequentes ataques de sono, mesmo quando a pessoa dormiu bem à noite. Esses ataques costumam ocorrer repentinamente e a qualquer momento do dia - até mesmo em situações inusitadas, como em consultas médicas, dirigindo ou numa conversa entre amigos.

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Ao contrário do que muitos acreditam, a narcolepsia não está relacionada à depressão, distúrbios convulsivos, desmaios, preguiça ou pela simples falta de sono durante a noite. Esta é uma condição crônica, para a qual não há cura, e que pode afetar seriamente a qualidade de vida de quem a tem. No entanto, é perfeitamente tratável e seu principal sintoma - o excesso de sono durante o dia - pode ser controlado por meio de medicamentos e algumas mudanças no estilo de vida. Também é conhecida com distúrbio do sono diurno ou sonolência excessiva.

Em qual idade ela aparece com mais frequência?

A narcolepsia surge geralmente entre os 15 e os 30 anos de idade (embora possa aparecer em qualquer idade) e mantém-se para o resto da vida. Os homens e as mulheres são afetados de forma semelhante e a narcolepsia atinge cerca de 47 pessoas em cada 100.000.

 

 

Quais os tipos de narcolepsia?

 

Podemos dividir em dois tipos:

 

a) Narcolepsia com Cataplexia - Combinação de sonolência excessiva com cataplexia, ataque repentino de fraqueza muscular desencadeados por fortes emoções como raiva, alegria, risos e surpresa.

 

b) Narcolepsia sem Cataplexia - Tipo mais raro de narcolepsia, com episódios de sonolência excessiva contínua, mas sem relatos de cataplexia.

 

 

Quais as causas da narcolepsia?

 

No processo natural do sono, uma pessoa adormece e passa por quatro etapas até atingir o REM ou Movimento Rápido dos Olhos. Nesta última fase, a respiração torna-se rápida e irregular, os músculos imóveis, a pressão arterial aumenta e ocorre a maior parte dos sonhos.

 

Entretanto, um narcoléptico pula todas as quatro etapas iniciais e atinge o REM com maior facilidade, seja de dia ou de noite, de modo que não completa o ciclo essencial do sono.

A causa ainda é desconhecida, mas pesquisas sugerem que está envolvida com fatores genéticos, além de ser gerada pelo déficit do neurotransmissor denominado hipocretina, localizado no hipotálamo. Esse neurotransmissor é o responsável por regular a excitação, vigília e o apetite.

 

 

Fatores que podem desencadear a falta de hipocretina são:

 

· Infecções induzidas por lesões cerebrais, tumores, acidentes ou infecções virais;

· Alterações hormonais, como a puberdade ou a menopausa;

· Estresse.

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O médico pode fazer um diagnóstico preliminar da narcolepsia com base na descrição dos sintomas e na presença de pelo menos dois deles: sonolência excessiva durante o dia e cataplexia.

 

 

Quais os sintomas da narcolepsia?

 

1 - Sonolência excessiva durante o dia — Este sintoma encontra-se sempre presente e é geralmente o mais proeminente.

 

2 - Cataplexia — Esta manifestação é a perda súbita e temporária do tónus muscular, que causa a paralisia de alguns músculos ou de todo o corpo enquanto a pessoa permanece consciente e acordada, podendo durar desde alguns segundos até poucos minutos

 

3 - Paralisia do sono — Esta situação consiste numa incapacidade temporária do doente se mover quando adormece ou acorda e não dura mais do que alguns minutos.

 

4 - Alucinações— Consistem em ver imagens, ouvir sons e ter sensações tácteis durante o estado de vigília (e não durante o sono). Estas alucinações, frequentemente aterrorizadoras, ocorrem quando a pessoa está a adormecer ou a acordar.

 

 

Como diagnosticamos a narcolepsia?

 

O médico pode fazer um diagnóstico preliminar da narcolepsia com base na descrição dos sintomas e na presença de pelo menos dois deles: sonolência excessiva durante o dia e cataplexia.

 

Alguns dos exames mais usados pelos médicos para diagnosticar a narcolepsia são:

· ECG (que mede a atividade elétrica do coração).

· Eletroencefalograma (que mede as atividades do cérebro).

· Monitoramento da respiração.

· Testes genéticos para identificar o gene da narcolepsia.

· Polissonografia (estudo do sono do paciente).

· Teste Múltiplo de Latência do Sono (MSLT), em que o médico mede quanto tempo o paciente leva para adormecer durante uma soneca diurna. Pacientes com narcolepsia adormecem muito mais rápido do que pessoas que não têm a doença.

 

 

Como tratamos a narcolepsia?

 

O sintoma principal da narcolepsia, a sonolência excessiva durante o dia, pode ser parcialmente aliviado com estimulantes, como o modafinil , bem como com sestas curtas programadas regularmente durante o dia.

 

A cataplexia e a paralisia do sono podem ser tratadas com diversos medicamentos que podem tornar o doente mais resistente à entrada no sono REM. A maior parte destes medicamentos foram desenvolvidos para serem utilizados como antidepressivos.

 

Como existe na narcolepsia um componente autoimune, o uso de altas doses de vitamina D3, baixas doses de naltrexona, com uma alimentação sem glúten, sem leite e açúcar, associado a hábitos de vida saudável, poderá trazer resultados extraordinários

 

 

Existem alguma medida que os pacientes com narcolepsia possam adotar para evitar a sonolência durante o dia?

 

Sim, vamos citar algumas:

1 - Adotar hábitos regulares de dormir e acordar, incluindo aos fins de semana;

2 - Evitar o consumo de cafeína e energéticos durante a tarde e à noite;

3 - Evitar consumo de bebidas alcoólicas e medicamentos que possam promover o sono;

4 - Programar breves cochilos de 10 a 15 minutos durante a tarde, para prevenir crises súbitas de sono;

5 - Adotar hábitos saudáveis controlando as refeições e realizando atividades físicas;

6 - Praticar técnicas de relaxamento, como exercícios de respiração e ioga. Para prevenir emoções intensas e o estresse.

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